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Hermann Hesse

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Mensagem  cbaldon Sex Fev 01, 2008 5:25 am

[Hermann Hesse] nasceu
em 1877 no coração da Alemanha antiga, romântica,
em uma das pequenas cidades de aspecto medieval. Seus pais foram
missionários protestantes que tinham pregado o cristianismo na
Índia. O jovem Hesse também deveria estudar Teologia,
mas fugiu do seminário, não agüentando a rígida
disciplina. No ginásio revoltou-se contra o ensino
nacionalista. Fugiu para a Suíça, onde se empregou numa
livraria e publicou os primeiros livros. Depois do sucesso de “Peter
Camezind”, casou com a filha de ricos burgueses suíços;
parecia a vitória na vida. Mas fugiu do conforto, dessa gaiola
dourada, para uma existência solitária na Natureza, da
qual só o expulsou o começo da Primeira Guerra Mundial.
E logo após mais uma fuga: Hesse desistiu da cidadania alemã,
vivendo na Suíça perseguido pela contra-espionagem
alemã. Tinha-se declarado contra o nacionalismo bélico
do Kaiser e dos alemães.

Toda a a vida de Hesse,
até o último dia, foi uma série de fugas. E cada
uma dessas fugas foi uma revolta – contra a casa paterna, contra a
vida burguesa, contra o cristianismo, contra a escola, contra a
guerra e contra o nacionalismo. Hesse sempre foi e sempre ficou um
rebelde contra os poderes desse mundo, temporais e espirituais. Sua
vida confirma-lhe a vocação de grande poeta, de altiva
independência.

As estações
nesse caminho são as grandes cobras de Hesse. Marcam as
soluções em que o rebelde encontrou, por momentos, a
paz, acreditando viver em harmonia consigo mesmo. Para tanto, o poeta
percorreu espiritualmente o mundo, em busca de credos mais autênticos
que os abusados do Ocidente, e uma dessas peregrinações
o levou, também, fisicamente, para a Índia.

O budismo de Hesse não
é quietista nem evasionista; seu livro “Viagem ao Oriente”
é mesmo um dos mais rebeldes que escreveu. Tampouco tem pontos
de contato com o budismo ginástico que foi descoberto pelos
beatniks americanos, os
“rebeldes sem causa”. A rebelião de Hesse tem causa – é
a paz no mundo, a externa e a interior. Seu budismo não é
o zen japonês, mas o indiano, o autêntico. A vida de
“Sidarta” parece-me com a do próprio Buda, mas também
se parece com a do próprio Hesse, que experimentou todas as
possibilidades da existência humana até reconhecer a
profunda doutrina da identidade de tudo o que é vivo:
idênticos são o pecado a santidade, a sabedoria e a
loucura e, enfim, a vida e a morte. Hermann Hesse foi um grande
poeta. Também foi um grande sábio.




Otto
Maria Carpeaux, orelha do livro “Sidarta”, 11ª edição,
Ed. Civilização Brasileira, col. Biblioteca do Leitor
Moderno, 1973. (trad. de Herbert Claro).

cbaldon

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Mensagem  guilherme carvalhal Sáb Fev 09, 2008 3:54 pm

Temos que tirar o chapéu pra Hesse. Como ele mesmo disse no prefácio de "O lobo da estepe", seu objetivo na obra foi de escrever um livro de redenção para a humanidade. E, ao meu ver, ele realmente conseguiu. É um retrato muito incisivo da nossa realidade, da forma como encaramos a vida. Bastante reflexivo.
guilherme carvalhal
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