As mãos da tristeza
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As mãos da tristeza
Se a tristeza é bela, charmosa no meio artístico, ou nobre, não sei. Só sei que vicia como qualquer outra coisa que você possa beber, fumar ou cheirar.
Houve muitos momentos que o horizonte não encontrava meus olhos. Vem então as mãos mornas que te acariciam, te conduzem à cama, mexem nos teus cabelos fazendo que você pense sem parar. O fluxo do pensamento em círculos, transforma a estrada que deixou para trás tão bela que não há como pensar em voltar. Mas nunca se pode, essa é a cruel armadilha do saudosismo. Tem então a prova que se passou o tempo sem saborear as coisas, percebe o quanto que se é insatisfeito e indiferente à vida.
É péssimo quando você descobre a cegueira – antes cedo do que tarde- de si e do mundo, você tem a sensação de uma traição e o traidor é você. Culpa-se e espera que aquelas mãos venham até você novamente. Reclama-se cada vez mais, vitimiza-se cada vez mais para que elas lhe acariciem.
Não poderia calcular aqui quanto tempo perdi deitado recebendo as mornas carícias. Sentiria-me mais culpado do que nunca. Defino tal período como uma espécie de coma.
No início é tão confortável. A leve melancolia, quase relaxa, torna você alguém mais reflexivo.
Quando elas largam você e se vai porta à fora, percebe-se que o mundo gira e tudo move-se sobre ele. Até ali você perdeu o ônibus, o trem, o táxi. Lembrando aqui o finado Paulo Leminski, adquire-se o rosto do homem que chega sempre atrasado. As oportunidades passaram, amores esperaram e cansaram e o tempo... Ah, essa perda irreparável e mais lamentável.
Cai de joelhos novamente, deita no sofá, na cama, colchonete, pufe ou chão. Sempre à espera das mãos mornas e confortantes, elas vem duas vezes mais fortes. Fazem você pensar que as pessoas lhe dariam mais atenção ao lhe verem daquele jeito atirado como uma pilha de roupa suja no banheiro. A pena alheia começa a lhe nutrir. A verdade é que as pessoas aos pouquinhos vão indo embora. Pensam ser algo contagioso tal estado de espírito (disso não duvido).
As mãos da tristeza apertam forte, depois se tornam gélidas. Esmagam e te paralisam. Não há dor ou grito. Difícil soltar-se depois que você encolheu dentro de si e perdeu-se no labirinto que criou.
Houve muitos momentos que o horizonte não encontrava meus olhos. Vem então as mãos mornas que te acariciam, te conduzem à cama, mexem nos teus cabelos fazendo que você pense sem parar. O fluxo do pensamento em círculos, transforma a estrada que deixou para trás tão bela que não há como pensar em voltar. Mas nunca se pode, essa é a cruel armadilha do saudosismo. Tem então a prova que se passou o tempo sem saborear as coisas, percebe o quanto que se é insatisfeito e indiferente à vida.
É péssimo quando você descobre a cegueira – antes cedo do que tarde- de si e do mundo, você tem a sensação de uma traição e o traidor é você. Culpa-se e espera que aquelas mãos venham até você novamente. Reclama-se cada vez mais, vitimiza-se cada vez mais para que elas lhe acariciem.
Não poderia calcular aqui quanto tempo perdi deitado recebendo as mornas carícias. Sentiria-me mais culpado do que nunca. Defino tal período como uma espécie de coma.
No início é tão confortável. A leve melancolia, quase relaxa, torna você alguém mais reflexivo.
Quando elas largam você e se vai porta à fora, percebe-se que o mundo gira e tudo move-se sobre ele. Até ali você perdeu o ônibus, o trem, o táxi. Lembrando aqui o finado Paulo Leminski, adquire-se o rosto do homem que chega sempre atrasado. As oportunidades passaram, amores esperaram e cansaram e o tempo... Ah, essa perda irreparável e mais lamentável.
Cai de joelhos novamente, deita no sofá, na cama, colchonete, pufe ou chão. Sempre à espera das mãos mornas e confortantes, elas vem duas vezes mais fortes. Fazem você pensar que as pessoas lhe dariam mais atenção ao lhe verem daquele jeito atirado como uma pilha de roupa suja no banheiro. A pena alheia começa a lhe nutrir. A verdade é que as pessoas aos pouquinhos vão indo embora. Pensam ser algo contagioso tal estado de espírito (disso não duvido).
As mãos da tristeza apertam forte, depois se tornam gélidas. Esmagam e te paralisam. Não há dor ou grito. Difícil soltar-se depois que você encolheu dentro de si e perdeu-se no labirinto que criou.
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